Na noite do passado dia 27 de Novembro, aconteceu o encontro trimestral dos Grupos de Jovens da nossa Unidade Pastoral: um workshop da Cáritas sobre a pobreza, realizado no Centro Social Paroquial do Seixo, que foi orientado por Carlos Neves e que contou ainda com a animação de José Manuel. Os Jovens mais velhos (animadores) foram incumbidos de elaborar um manifesto:
Manifesto
Nós, os Jovens da Região Pastoral Oliveira Norte, reunidos no Centro Social e Paroquial de Seixo da Beira, constatamos que a pobreza é uma realidade bastante visível a nível nacional e a nível regional. É uma realidade que cresce a cada dia que passa e que se agrava devido à crise.
Sabemos que é fácil chegar à pobreza. Sabemos que as famílias, devido ao endividamento, têm dificuldade em pagar as contas, as casas e nos casos mais graves não têm dinheiro para comer. Sabemos também que há pessoas que, devido ao consumismo, não conseguem gerir o dinheiro caindo em muitos casos em pobreza.
Sabemos que são cerca de 2 000 000 as pessoas que vivem na angústia porque não têm pão para dar aos filhos, não têm posses para os mandar estudar, não têm dinheiro suficiente para comprar os medicamentos de que tanto precisam. Sabemos que são muitos os que se alimentam das sobras dos mais abastados e dos que desperdiçam.
Apesar de tudo, valorizamos o trabalho das instituições de solidariedade social que ajudam os mais pobres com refeições, roupas e outros bens de necessidade básica. Valorizamos as diversas campanhas de recolha de produtos e bens que vão ser distribuídos pelos que mais precisam. Valorizamos o trabalho de tantas pessoas que se dedicam a levar um pouco de alegria e conforto a estas pessoas. Valorizamos e acreditamos que há pessoas que com a ajuda dada tentam melhorar a sua vida, aprendendo a gerir de forma correcta o que têm.
Denunciamos todos os casos de aproveitamento de rendimentos que se acomodam, não procuraram emprego e aproveitam a situação para usufruir de todas as regalias dadas pelo governo e pelas instituições de solidariedade social. Denunciamos o número de pessoas que ligam e vestem marcas e que se esquecem que por detrás das peças está decerto muita pobreza.
Para reflectir deixamos as considerações de um cristão que lembra: se os dois milhões de pobres que oficialmente existem em Portugal dessem as mãos e formassem uma cadeia humana em que cada um ocupasse um metro, a fita humana, começava em Coimbra, passaria por Paris e chegaria à Holanda. E se pensarmos nos mil milhões que vivem com menos de um euro por dia, a cadeia por eles formada iria até à Lua, voltaria à Terra e só acabaria de novo na Lua.
Como jovens cristãos, devemos imitar Jesus fazendo o bem aos outros, dando-lhes apoio, levando-lhes um pouco de alegria e uma palavra amiga, acreditando nas suas competências, dando-lhes o nosso exemplo de vida de cristã e incentivando a poupança.
Seixo da Beira, 27 de Outubro de 2010
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