André Kim tinha quinze anos quando o seu pai foi martirizado. Sobreviveu com os familiares, graças à ajuda dos missionários franceses, que os enviaram para a China, onde o jovem se preparou para o sacerdócio e voltou diácono, em 1844. Posteriormente, foi ordenado sacerdote em Xangai e voltou à Coreia.
Devido à sua condição de nobre de conhecedor dos costumes e pensamento locais, obteve fecundos resultados no seu apostolado de evangelização. Até que, a pedido do bispo, seguiu em comitiva num barco clandestino para um encontro com as autoridades eclesiásticas de Pequim, que aguardavam documentos coreanos a serem enviados ao Vaticano. Foram descobertos e presos.
André era um nobre, por isso foi interrogado pelo rei, no intuito de que renegasse a fé e denunciasse os seus companheiros. Como não o fez, foi severamente torturado por um longo período e depois morto por decapitação, no dia 16 de Setembro de 1846 em Seul, Coreia. Com ele foram martirizados 103 homens, mulheres, velhos e crianças, sacerdotes e leigos, ricos e pobres. Porém, a jovem Igreja coreana floresceu com os seus mártires. Em 1984, o papa João Paulo II, cercado de uma grande multidão de cristãos coreanos, canonizou Santo André Kim Taegon e os seus companheiros.
Depois da guerra da Coreia, o país foi dividido dois (Coreia do Norte e Coreia do Sul). Algumas famílias ficaram separadas para sempre! Ainda hoje, na Coreia do Norte a Igreja vive na mais completa clandestinidade, perseguida sem perdão pelo regime comunista.
A Igreja da Coreia, que sobrevive apesar de todas estas dificuldades e apesar da falta de sacerdotes ao longo da sua história deve fazer-nos reflectir. Mesmo sem um Padre, os cristãos procuraram viver a sua fé. No futuro, entre nós, os sacerdotes não poderão estar tão presentes como hoje mas precisamos de continuar a viver a fé. Para isso, teremos que assumir o nosso papel na construção da Igreja. Estamos preparados para este desafio?
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