quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A alegria de ser padre!


"Ide por todo o mundo e anunciai a Boa Nova!"
Foi este o desafio dirigido aos discípulos depois da ressurreição! O desafio acolhido e vivido em tal intensidade, que o Evangelho foi e é proclamado em todos os cantos da terra! Conhecemos bem a passagem evangélica, mas quase sempre acreditamos que é para os outros… a tentação de permanecermos e nos instalarmos é sempre maior: as pessoas, as amizades, os projectos, o "nosso mundo", as "nossas coisas", se nossas as poderemos chamar.
Perante o desafio a interrogação: para onde e para quê? Para onde Deus quer e a Igreja e os homens necessitam!


A vida de um padre é assim: peregrino do incerto, na certeza de saber para Onde e com Quem caminha: DEUS! Deus e a Igreja, na pessoa do Nosso Bispo, chamaram-me mais uma vez para fazer as malas e assumir um novo projecto: Ano Propedêutico, no Seminário de Leiria. Recordo-me agora todas as vezes em que Deus teimou e alterar os meus planos: um dia quando no meio das incertezas e dúvidas, me fez descobrir uma alegria profunda que está n’Ele; um outro dia quando tocou o meu coração e me disse que precisava de mim para ser padre; no dia em que me chamou a Condeixa, como da mesma forma no dia em que me pediu para partir para Oliveira! No dia em que me pede novamente que parta! E tantos dias, em que este Deus rescreve, com o seu dedo amoroso, a minha e a história dos homens!


Dois anos passaram! Muitos ou pouco, são dois anos das nossas vidas! Agora ao partir, recordo a vinda, o acolhimento; a alegria pelo que chegava, mas também a tristeza pelo que partia! Em cada chegada há sempre uma partida, diz-nos a canção! Recordo todos aqueles que conheci e que foram e são sinal de Deus: os padres vizinhos e amigos; os paroquianos que generosamente me acolheram como parte das suas casas e famílias; todos aqueles que no silêncio das suas vidas foram um sinal de entrega e do amor do nosso Deus; aqueles que, apesar de pontualmente, se foram cruzando na minha vida. Recordo coisas que me fizeram muito feliz e outras que foram marcadas pelo sofrimento. Acima de tudo, a alegria de me entregar: a pobreza a que somos chamados, nós padres, é a pobreza do coração desprendido e só, que quer ser preenchido pela grandeza do Amor de Deus. Recordo tudo o que aprendi neste dois anos e me fizeram mais homem e mais padre.


Muitos poderão pensar: antes não tivesse vindo se era para ir logo embora! Ainda que fosse por um só dia, o meu coração seria agradecido por ter pertencido a estas nossas comunidades. Resta-me a gratidão ao nosso Bom Deus, por se terem cruzado na minha vida e por agora fazerem parte da minha história. Obrigado!

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