Faz sentido a Quaresma? Mas afinal o que é mesmo? Mais interessante ainda: é para quem? Será tempo para uns sacrifícios? Será tempo de ‘dietas’? Bastará… menos bolos, menos café, menos cigarros, menos telemóvel, menos internet…! Isto faz de mim u

m cristão? Uma das perguntas que mais gosto de fazer a mim mesmo é: será que quanto pior melhor? (Isto é, quanto mais coisas faço e mais exigentes as coisas são, será que isso reflecte uma maior proximidade de Deus?!... Mas que Deus é este?)… Quaresma: quem cumpre? (Mas cumpre o quê?) E, principalmente, quaresma: para quê? Na vida só faz sentido o que nos faz crescer. (Nem mais nem menos). Crescer como pessoas que buscam permanentemente o sentido mais profundo da existência. É assim que podemos olhar e viver a Quaresma como um tempo de crescimento. Trata-se sempre de um tempo favorável que nos prepara para a grande festa da Páscoa. E como seria importante e bom que «esta Páscoa da Igreja cada cristão a experimente na sua vida pessoal»(D. Albino, Nota Pastoral para a Quaresma).
Assim queremos que este tempo da Quaresma possa ser o tempo privilegiado das «perguntas». ‘Porquês’ do sentido. Às vezes até julgo que são muito mais importantes as perguntas do que as respostas. Aliás, é assim que eu vejo, cada vez mais, o cristianismo e cada um de nós: chamado a emergir como uma «pergunta». Já não falo apenas do valor de fazer perguntas… mas na importância de ser a própria pergunta. Os cristãos têm de ser ‘porquês?’ espalhados no mapa da vida (Tolentino Mendonça).